Ônibus velhos. Paus de arara. Longas caminhadas. Para as crianças que moram na roça, chegar è escola é um desafio diário.
No interior do nordeste, os alunos viajam em paus de arara. No Ceará, algumas crianças vão penduradas. Na zona rural de Muqui, no Espírito Santo, a situação é ainda pior. Os alunos têm de caminhar quatro quilômetros só para chegar ao ponto de ônibus.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação encomendou a pesquisa, um mapa do transporte rural no Brasil. Quase 2,3 mil municípios participaram do estudo; 17% declararam que não oferecem transporte durante todo o ano letivo.
A frota é muito antiga, principalmente no nordeste. Têm mais de 16 anos, em média. Pesquisadores fizeram mais de mil entrevistas com prefeitos, secretários de educação, professores e alunos. Concluíram que o trajeto de casa até a escola é tão cansativo que atrapalha o desempenho dos alunos em sala de aula.
Na zona rural de Braslândia, em pleno Distrito Federal, o ônibus quase nunca chega na hora. A professora costuma adiar a chamada para esperar os atrasados.
O transporte escolar rural é responsabilidade dos estados e municípios. O Ministério da Educação só oferece financiamento para a renovação e manutenção da frota. Com a pesquisa, o governo quer saber quais são os municípios que mais precisam de ajuda. “O cansaço físico da caminhada e o stress psicológico de ter que sair mais cedo de casa certamente vão interferir sobre a atenção e a concentração da criança. A falta de desempenho adequado no ensino fundamental pode prejudicar todo o processo de aprendizagem da criança no futuro”, diz Áderson Costa, psico-pedagogo da UnB.
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Um comentário:
Por que o governo vai preocupar-se com onibus escolares, se o semi- analfabeto do Lula anda de avião?
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