Das empresas afetadas, 54% demitiram ou suspenderam contratos.Só 1/3 dos empresários acredita na superação da crise em 2009.
Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 4 e 11 de março, com 431 empresas de 24 estados do país e 30 setores industriais, revela que oito em cada dez companhias se disseram impactadas pela crise financeira internacional, que se agravou de meados de setembro de 2008 em diante. Segundo a pesquisa, 83% dos entrevistados responderam que a crise está afetando seus negócios no primeiro trimestre deste ano. Deste universo de empresas que se disseram impactadas pela crise, 54% informaram que adotaram alguma medida relativa aos contratos de trabalho de seus funcionários, como suspensão de serviços terceirizados ou demissões.
Novas ações
Ao mesmo tempo, 36% dos consultados também informaram que planejam demissões ou suspensões de contratos. Outros 24% disseram que pretendem reduzir a jornada de trabalho, e 22% informaram que pretendem suspender contratações que estavam planejadas.
Cerca de 15% disseram que pretendem adotar o banco de horas, e 14% pretendem conceder férias coletivas. Somente 13% pretendem contratar novos empregados. Para Flávio Castelo Branco, economista da CNI, isso mostra que "grande parte" do ajuste no emprego industrial já foi feito.
Já para Armando Monteiro Neto, presidente da entidade, a percepção da crise está sendo cada vez mais "ampliada". "As empresas estão avaliando seus negócios com mais pessimismo. Vamos ter queda do emprego industrial neste ano. Aquela teoria do descolamento, de que a economia brasileira teria um desempenho diferente, está se mostrando muito frágil. O mundo ficou pior e o Brasil ficou pior também. O país vai crescer menos e poderá ter até um crescimento próximo de zero neste ano", avaliou ele.
Primeiro trimestre
Para 79% dos empresários consultados, os impactos da crise financeira sobre toda a economia brasileira também se tornaram mais intensos nos três primeiros meses deste ano. Monteiro Neto, presidente da CNI, informou que a indústria terá um desempenho certamente negativo no primeiro trimestre deste ano, mas na comparação com o mesmo período de 2008. "Confiamos que haja alguma recuperação, ainda que tênue, ao longo do ano. O Brasil pode reduzir bastante a taxa de juros, coisa que os outros países não têm [porque já fizeram]", disse ele.
Duração da crise
A CNI informou ainda que somente 31% dos empresários consultados disseram acreditar que a crise terá fim ainda em 2009. Para 35% dos entrevistados, a crise será superada em 2010 e outros 12% acreditam que ela só terminará após 2010.
"Apesar de a expectativa de a duração da crise ainda ser um pouco mais longa, não há percepção de aprofundamento das dificuldades. Resultados um pouco mais positivos devem ser registrados no segundo semestre", disse Castelo Branco.
Medidas do governo
Para 54% dos empresários ouvidos pela CNI, as medidas adotadas pelo governo federal para combater a escassez e o encarecimento do crédito, ambos resultados da crise financeira internacional, estão surtindo efeito, mas de "forma moderada." Outros 40%, por sua vez, avaliaram que as medidas não estão sendo efetivas.
Para 63% dos entrevistados, o governo deveria atuar por meio da redução de tributos para combater os efeitos da crise financeira na economia. Para 51% dos ouvidos, deveria haver uma redução dos juros e do spread bancário, enquanto que outros 30% pedem aumento da oferta de linhas de empréstimo para capital de giro. Para 19%, é importante ampliar o prazo de recolhimento de tributos.
Fonte: G1
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Um comentário:
Bom dia Mariana sou zero a esquerda em economia. Mas vejo a crise como uma grande oportunidade para a maioria dos empresarios principalmente os grandes.Fazerem com certeza o que há muito queriam ou seja dispensar mão de obra. Pior é que a crise vai engrossar o numero de pessoas sem teto e passando nescessidades. E em muitos casos mais pessoas juntando-se aos que ganham dinheiro com aitividades ilícitas. Triste mas real essa visão basta ver os bolsões de miséria instalados em locais antes não utilizados por pessoas sem teto.
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