Falar, escrever, comentar, pesquisar, fundamentar e incumbir os fiéis escudeiros, anos de estudos para a educação, isso é prática comum de sucessivos governos que sempre, “sempre” possuem a fórmula do sucesso.
Mas sou professora e trabalho em escola pública que já foi referência educacional nos idos da década de 80, e como tantas outras não conseguiu resistir ao desmonte da escola pública.
Atualmente, na escola em que trabalho, a biblioteca está fechada, não tem professor para atendimento. Como se pode pensar em educação sem acesso à leitura na escola, será possível? Como?
Há pouco mais de 30 dias, participei de um curso, no qual, entre outros assuntos abordados, estava a linguagem, o conto de histórias, sugestões maravilhosas de incentivo à leitura e aí como colocar as ideias na prática? Se até mesmo a simples troca de livros, constantemente adiada, por não ter ninguém na biblioteca, é feita pela boa vontade do professor regente da classe, que se dispõe a interromper sua aula e promover a troca junto com seus alunos.
Entendo que também faz parte da prática pedagógica do professor, mas biblioteca na escola fechada serve para quê?
E sucessivamente, os governos vêm se especializando em edições cada vez mais caras e sofisticadas de visual impressionante, livros e mais livros que contenham a sua marca ou, pelo menos o nome de algum secretário impresso na primeira página, para lembrar para a posteridade que essa teoria “nova” ou prática “nova” foi pesquisada, estudada, cientificamente comprovada ou até mesmo “re” inventada em tal governo.
Se a biblioteca da tua escola está aberta e funcionando, vale dar uma olhada, para ver se ainda estão por lá, que não faz tanto tempo assim, uma variedade enorme de livros com “práticas novas de aprendizagens”, com as siglas da vez e palavras do modismo educacional da época.
E aqui chamo à reflexão, logo vamos ter em palanques, propagandas e horários eleitorais, a educação como prioridade estampada em qualquer programa de governo. Prestem atenção e verão os que defendem o modelo vigente sempre mostrando que podem ser melhorados e os que atacam mostrando que é possível uma nova forma.
Será que já não é hora de rever vários conceitos e procurar não o novo, o moderno, mas o simples, prático e possível para qualquer segmento da sociedade?
Todos passam pela mão do professor, e são tantas as ideias mirabolantes que todos acabam esquecendo que passaram e que todas as gerações continuarão passando pelas mesmas mãos do professor.
Lembre disso.
Rita de Cacia Pinto Bergental- Professora do Ensino Médio
Fonte:ZH
20 comentários:
O mundo é um belo livro, mas é pouco útil a quem não lê.
Beijo.
Olá Mariana
O texto relata, infelizmente , a realidade da maioria das escolas públicas no Brasil.Dei sorte, a escola que trabalho, apesar de pública, nos oferece todas as condições necessárias para um bom trabalho, seja ela pessoal ou material. Acredite, não nos falta nada. Fui diretor lá durante 6 anos, e já tive que devolver verba, por não saber onde gastar, e averba tem prazo. Parece mentira não é mesmo?
Beijos
Que coisa!Bibliotecas de escolas fechadas bloqueiam até as mentes dos alunos...beijos,chica
Mariana, o professor que dá um trabalho de pesquisa para o aluno fazer, deve encontrar os livros e disponibilizá-los para os alunos.
Num País que os corruptos de plantão carregam dinheiro nas meias, cuecas , bolsas pretas e outros; não sobra dinheiro para investir na educação. Os nossos alunos não sabem nada da história do Brasil, quanto mais do Rio Grande do Sul.
Nosso País faz com a História da Pátria como faz com os nossos idosos: Bota num asilo.
Beijos.
Com todo o respeito às bandeiras materiais de lutas dos sindicatos de professores, tais como salários e condições mais salubres de trabalho, ainda não vi campanhas de mobilização contra o desmonte do ensino público que se encerraram exatamente por volta da decada e 80, concentando-se apenas em salvar os minguados salários. Acho que está na hora de retomar estas bandeiras históricas da educação . E não há momneto melhor do que o ano eleitoral para incluir o debate. Abraços. Paz e bem.
Mariana querida, é lamentável ver que bibliotecas de escolas públicas estejam fechadas...ler é muito importante para todos, especialmente as crianças.
Isto precisa realmente ser mudado.
Tenha uma linda semana amiga!
Beijinho
Valéria
É só fachada o essencial está cada vez mais relegado a segundo plano, no caso em questão os professores e os alunos.
beijos
Vim lhe desejar uma linda semana!
passa lá no meu blog que tem um selo pra você, beijos
Mariana
boa tarde
A Educação deveria ser prioridade, mas.... Recentemente foi publicada uma estatística sobre os governos de Estados que mais desviam verbas da educação para outras áreas.
No que diz respeito ao salário dos professores, quando o governo federal propôs um piso salarial de cerca de R$ 900,00, alguns governadores foram ao STF contra a medida, entre eles está a governadora do RS Yeda Crusius. A secretária de Educação do Rio de Janeiro (cidade) disse que o governo "não pode respeitar" as aplicações que a Constituição Federal obriga em educação.
Educação, como toda atividade, para ser bem executada, necessita de pessoas preparadas, motivadas, e com condições de trabalho. Educação como um dos pilares de sustentação de um país/nação, precisa ser despolitizada, e ter um planejamneto estratégico de longo prazo para dar resultados.
O desmonte da escola pública, da saúde pública, não é por acaso, aliás, não foi por acaso, foi intencional, fruto de um pensamento perverso de destruir o que é público, para favorecer o que é privado.
Grande abraço
Oi Mariana!
A realidade é a mesma! No Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste. Não importa se Estado é o mais "rico" do país. "Idéias mirabolantes", "inovações sem sentido", "gastos inúteis", quando um simples espaço, a devida valorização e um salário digno fariam milagres. Hoje eu vejo o dinheiro público escorrendo pelo ralo das ONGs em formações inúteis, quando um professor sozinho, com seus 40 alunos, tem toda a competência para o trabalho que lhe foi designado. Basta um mínimo de valor e condições dignas de trabalho. Falta...vontade política de valorização da Educação como um todo. Infelizmente!
Mariana, ter biblioteca e permanecer fechada. Qual a utilidade dela? E cada vez mais veem-se pessoas com diplomas de curso superior qua não sabem escrever, falar, infelizmente esse nosso país vive de fachadas. Beijocas
Que realidade triste essa nossa, no qual a educação não é prioridade para os nossos governantes, pobre dos professores que se dispõe a lutar em uma luta inglória e pobre dos alunos que precisam desta escola pública.
Abraços,
OI MARIANA BOA NOITE, DESEJO UMA SEMANA DE MUITA PAZ. AGRADEÇO A VISITA E COMENTÁRIO, MUITO BOM O SEU POST,ESTÁ TUDO ERRADO PRINCIPALMENTE A PARTE QUE QUE DIZ RESPEITO A EDUCAÇÃO. UM ABRAÇO AMIGA. CELINA.
OI MARIANA BOA NOITE, DESEJO UMA SEMANA DE MUITA PAZ. AGRADEÇO A VISITA E COMENTÁRIO, MUITO BOM O SEU POST,ESTÁ TUDO ERRADO PRINCIPALMENTE A PARTE QUE QUE DIZ RESPEITO A EDUCAÇÃO. UM ABRAÇO AMIGA. CELINA.
Essa é a grande realidade em nosso país, descuidados total.
Indiquei seu blog para o Prémio Selo Blog de Ouro, caso queira passe lá no Blog do LuCidreira e pegue.
Abraço
Para mim que também já fui professor,
neste país
é a mesma coisa...
Triste sina a nossa!
Saudações poéticas
Interessante informar a professora que apesar de tarde foi aprovada a lei 12244/10 referente a bibliotecas escolares.O prazo é longo para as escolas se adequarem, mas já um começo, uma esperança.A classe bibliotecária, bacharéis e estudantes muito lutaram por isso. A luta continua para fazer com que a lei seja cumprida.
imagina isso não é novidade,eu apesar da idade!rs,sou aluna estudo em uma escola do estado,onde falta tudo, inclusive educação,não tem sala de video,não tem informatica.tem uma biblioteca fechada,não tem cadeiras para a turma da ejá sentar,não tem professor,as aulas são dadas por pessoas formadas em outras matérias, quase nunca o professor daquela aula é realmente da mesma matéria,é algo escandaloso.enfim é isso.bju tere.
Educação deve ser política de Estado e não de governo. O Brasil não vai chegar onde quer com essa educação que temos hoje. Bons tempos em que a escola pública era referência de bom ensino.
Realmente hoje em dia ser professor sem os recursos básicos é complicado. Espero que um dia essa realidade mude! bj
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