Nesta segunda-feira que para muitos é um dia de tristeza,deixo aqui o artigo de um jornalista do Grupo RBS, para ser refletido.
Desejo uma ótima semana para todos.
Por Cláudio Brito*
"Inacreditável, absurdo, lamentável. Para mim, incompreensível. Refiro-me à reação de universitários de São Paulo, da Uniban, no ABC, ante a presença de uma colega, de 20 anos, trajando vestido curto. Não acreditei no que li e ouvi nos sites e outros espaços da moderna comunicação, mas estava lá, no YouTube e certamente em dezenas de celulares dos jovens que perseguiram e humilharam a moça, que acabou sendo retirada da universidade escoltada por policiais militares e ofendida por bárbaros que lhe gritavam palavrões enquanto passava entre eles em seu vestido justo, curto e vermelho, como a foto que vi, ou rosa, como a notícia que li. Colante, a mostrar as formas da moça e subindo a cada passo que dava, causou inaceitável agressão moral. Chamaram-na de tudo que se possa encontrar nos dicionários para humilhar e ferir, criando-se um fato incabível em 2009 e em um ambiente universitário.
O que terá disparado tamanha violência?
Como explicar a cena?
A moça deixou de ir às aulas, a vida de sua família está alterada. Sua mãe, uma semana depois do caso, chamada pela reitoria, reuniu-se com a direção da casa de ensino, nada se soube da conversa. Há uma sindicância para apuração de responsabilidades, o que será difícil realizar. Afinal, foram dezenas de homens e mulheres na aberração cometida. A jovem na sala de aula e a turma de ofensores na porta a gritar, filmar e fotografar. Garotas faziam o mesmo. As motivações dos rapazes e das moças, presumo, foram diferentes.
Não sou psicólogo, mas me permito supor que eles a desejassem e elas a invejassem. Frustrados, todos partiram para o preconceito e o barbarismo.
Preconceito que não faltou a um dos soldados que a ofendida chamou, graças a um bom colega que lhe alcançou um celular. Ao explicar aos jornalistas o que tinha acontecido, o policial disse que a estudante fora à faculdade em “trajes inapropriados”, causando furor e indignação, razão dos xingamentos e provocações.
Como se fosse natural e admissível que alguém precisasse de proteção da polícia e de um avental comprido para sair de uma universidade. Triste e ridículo que ela precisasse sair, retirada, ou ninguém se responsabilizaria pelas consequências.
Há 40 anos, na Rua da Praia, duas meninas passaram por algo parecido. Estavam de minissaia. Há 40 anos.
Lembro-me ainda de alguns casos semelhantes em visitas de alunas de colégios femininos aos colégios masculinos, fosse para a divulgação de uma quermesse, fosse para uma atividade de integração. Há mais de 40 anos, quando as escolas, na maioria, não eram mistas.
Houve um tempo em que homens arrastavam mulheres pelos cabelos e batiam com tacapes em suas cabeças, há pelo menos 400 mil anos.
Creia, aconteceu agora, não em uma caverna, mas em uma universidade.
Trogloditas aprovados no vestibular e na busca do diploma. Serão titulados um dia e andarão por aí. A difundirem asneiras e agressividade.
*Jornalista
Jornal Zero Hora
Assinar:
Postar comentários (Atom)
20 comentários:
amiga mariana que gran tristeza me da ke esto pase en estos tiempos, el prejuicio ha sido y sera siempre, un defecto en mi punto de vista muy particular, que deberia ser condenado, cuantas victimas inocentes han sido juzgadas, tan solo por seres faltos de criterio, que no saben respetar, mientras la sociedad lo permitamos esto seguira pasando, creo debemos hacer algo, para evitarlo.
amiga en mi blog escribi unas calaveras con respeto para mis amigos, y tu eres una de ellas, te invito a pasar aleerlas un abrazo y bendiciones con amor..luz estrella
Mariana, li uma reportagem falando desse assunto na Folha de São Paulo, fiquei pasma com tudo.
Agora lendo esta escrita por Cláudio Brito me uno a ele, fiquei indignada por demais com tudo isso e assim pergunto, que país é este?
Ótimo post querida.
Beijos e um bom final de feriado pra ti e uma semana cheinha de muita paz.
Hola Mariana...
Siempre hay cosas que no tienen explicación a nuestras mentes...
Digo nuestras mentes porque hay gente que tiene la mente alla en el tiempo:Trogloditas¡¡
Y si no vestimos todos iguales como un ejercito...Somos malos, extraños y hasta prostitutos/as. En mi pais, se ha dado varios casos que chicas del secundario, cortaron la cara de otras alumnas con una trincheta...porque eran lindas¡¡ De terror¡¡ Buen articulo publicaste, AMIGA¡¡
Un abrazo enorme
Osvaldo
Interesante tu blog. Me ha gustado mucho.
El artículo que presentas nos duele profundamente, por esa intransigencia de algunos seres mediocres, cretinos y machistas.
A ver si aprendemos los seres humanos a respetarnos y a vernos como iguales.
Un beijo
Não mudou muito do tempo das cavernas, pois os homens acham que ainda saem a caça e trazem o alimento e as mulheres ficam cuidado da prole, enfim o século mudou mas a forma de pensar continua a mesma, quanto a vestimenta tem hora e local para tudo, concordo que precisamods de uma postura para futuros profissionais mas respeito é fundamental.
Tem muitas razões para atitudes assim, mas sempre acho que a principal é o ódio pela propia vida. São pessoas infelizes que se utilizam de qualquer motivo para humilhar , ofender e as vezes matar outros que tem alguma coisa diferente.
Como os que matam homosexuais, atacam negros, bebados ou queimam mendigos na praça.
Preocupa quando o ódio começa a se mostrar muito.
beijos
Mariana!
Assisti a tudo isto horrorizada!!!
Concordo com o jornalista quando diz que "eles a desejavam e elas a invejavam" e todos se revoltavam contra a frustração que sentiam cada um a seu modo.
Escutei em uma reportagem in-off a voz de uma moça dizendo :-Ela está chorando!!!E outra exclamou:-Que se dane!!!
Absurdo dos absurdos!!!
Que falta acontecer neste país?
Um beijo carinhoso,por via das dúvidas, de saia longa!!!
Sonia Regina.
Olá, Mariana!
Já havia lido esse acerca desse barbarismo. Quando eu cursava o Ensino Médio, muito longe de casa - Zona Norte e eu morava e ainda moro na Zona Sul de SP, capital -, demorava cerca de 2/2 para chegar à escola-modelo da prefeitura, a única que então havia, e certo dia fui barrada no portão porque usava uma camiseta amarela, tomara-que caia. No entanto, vestia - como era obrigatório - o avental branco por cima. Mesmo assim, fui barrada. Porém, era muito respeitada e ninguém ousou dizer palavra. No dia seguinte, o Diretor - um político carismático da Arena - me pediu desculpas. Não sei o que se passou, se o pedido foi sincero ou "forçado".
O tempo não pára, mas, infelizmente, há pessoas que insistem em não acompanhá-lo e as mesmas situações, como essas de preconceito, injustiça, fomentação de ódio se repetem.
Sabemos de tudo isso, amiga. Tenhamos paciência. Tudo é uma questão de "tempo" (dias, meses, anos, "século")para a conscientização.
Beijos, abraços, obrigada pelas repetidas visitas, Boa Semana,
Renata
Oh, Deliciosa e Perfeita Amiguinha:
Realmente, impensável. Em pleno séc. XXI. Fiquei perplexo e atónito. Incrédulo com o seu relato do acontecido.
Seria por inveja? Hipocrisia? Falta de segurança neles(as) próprios (as)? Alguma sensação de atracção inconsequente? Uma indiferença perante a beleza e pureza? Provavelmente, eu sentiria uma deliciosa maravilha de deslumbrar e arrebatar.
Parabéns sinceros pelo extraordinário Post sobre os mais elementares Direitos Humanos e a LIberdade.
Beijinhos Gigantes de respeito, estima e consideração.
Sempre a admirá-la e à sua notável e brilhante significação de pureza, encanto e beleza.
pena
MUITO OBRIGADO pela sua pura amizade.
Bem-Haja, doce amiguinha Enorme!
Olá querida
Obrigada pela visita, pelas palavras lindas que escreveu.
Eu vi essa reportagem e fico muito triste com tudo que aconteceu, infelizmente a falta de educação, ainda é o principal fator de tudo isso.
Que DEUS ilumine a cabeça dos pais para orientar seus filhos.
Com carinho BJS.
O homem ocidental é muito mais cretino do que os orientais.
Muçulmanos são estigmatizados por manterem suas mulheres sob os olhos e etc... mas o que temos aqui?
Homens que não souberam desejar e não saberão nunca e mulheres com inveja da moça.
Mas em comum, homens e mulheres , arrebentando encima da ousadia da vítima.
Que é assunto só dela.
Mariana
Tem uma brincadeira para você participar em meu blo. Passe por lá e participe se quiser.
Você me perguntou qual selo você levava, naquela postagem eu deixei para as pessoas escolherem quais queriam, um ou todos.
beijos
Eu vi na TV e não acreditei, parecia coisa de filme. Sabe quando jogavam alguém para os leões e as pessoas incentivavam com gritos e gestos? Então, igual.
Show de horror e pode ter certeza que ela era "café pequeno" com seu vestido, perto dos falsos moralistas que vestiam jalecos, por baixo escondiam suas vergonhas.Para não verem sua própria sujeira,condenaram e cruxificaram a moça. Me diga, vestido curto é imoral? Lamentável. bjs
Obrigado pela visita e comentário. Por seguir então... MUITO OBRIGADO.
Fico honrada.
Nossa não dar nem para explicar essa violência que aconteceu, uma coisa totalmente absurda, fora de epoca, démodé...
Bjs
Mahria
Mariana, gracias por tu visita, ha sido un placer poder venir a tu casa y leer tus letras.
Es hora de que los tiempos cambien, que prime el respeto al ser humano.
Un abrazo.
Lucía.
Olá, Mariana !
Obrigada pela visita.
Fiquei igualmente chocada com a reação dos estudantes universitários, tamanha a injustiça e insensatez, ou melhor, a injustificável hediondez de seus atos, perpetrados contra uma aluna.
Afinal, em que época estamos, e qual o crime por ela cometido?
Beijos
Regina Goulart
Obrigada pela visita........Seu blog é lindo.
Estou a lhe seguir....M@ria
Pois é,Mariana. Obrigado pos nos trazer à reflexão. De repente todo mundo é certinho. de rpente todo mundo é moralista. o que fizeram deu nojo. O que tem demais numa roupa? Como você disse,amanhã estarão diplomados.. e pior. Se achando acima de qual quer razão.Se agora já estão assim, imagina depois. beijos. Ah, a dança foi ótima
Amiga,
lamentável, triste e chocante o econtecido. E adorei este texto muito bem escrito.
Carinhoso beijo e ótima semana.
Bom dia minha querida, respondendo a sua pergunta no Livro, ainda não, infelizmente não publiquei nada, espero um dia poder, ou conseguir esse sonho, que vai até um pouco mais alem de um livro, alguns de meus escritos são musicas e já tem até os acordes...mas tudo é um sonho ainda....beijos e uma semana de paz pra ti...obrigado pelo carinho.
Postar um comentário