O "mundo inteiro"(que pretensão) sabe que quero doar meus órgãos após "morrer",e por isso sugeri ao jornal Zero Hora uma matéria.
Agora o que eu jamais pensei em questionar, foi feito pela mãe de um jovem morto, relatado no artigo do médico Fernando O.Souza.
Leiam e tirem suas próprias conclusões sobre o valor da Vida do ser humano para as "nossas autoridades".
Minha sugestão ao jornal enviada dia 16/09.
Vejam as minhas dúvidas
Quantas equipes médicas para transplantes existem no RS?
Se "todos" os familiares de possíveis doadores concordarem com a doação, o RS está preparado?
Há dados sobre o número de doadores por mês?
E quantos desses as famílias doam? ....
Todos os municípios gaúchos estão preparado para a chegada da equipe?
Sou doadora, se "morrer" em Gravataí, sei que estou "pertinho" de Poa e ficará fácil da minha vontade ser atendida, mas se eu estiver na cidade "aonde" o Judas perdeu as botas?Há recursos para a manutenção dos órgãos vitais....
Qual o tempo que os familiares recebem o corpo do doador? é muito diferente se não for doado os órgãos?...
Sobre os transplantes
Fernando de Oliveira Souza*
Todos sabemos que o principal gargalo na questão dos transplantes de órgãos é a doação. O que talvez poucos saibam é que a questão da doação está intimamente relacionada à qualidade do serviço de saúde pública que é prestada no país.Exemplifico com um caso pessoal: em um hospital universitário de referência da região central do Estado, único com estas características que atende pelo SUS uma população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes de 25 municípios vizinhos, chegou, no serviço de emergência, acompanhado pela mãe, um paciente masculino de 22 anos, motoboy, que tinha caído da motocicleta 15 minutos antes, tendo batido a cabeça, que estava protegida com capacete.
Devido ao excesso de pacientes presentes no local, o atendimento demorou um pouco mesmo tratando-se de trauma que tem prioridade.
Ao ser atendido, o paciente relatou ao médico que estava bem, sentindo somente uma leve dor de cabeça. Ficou então em observação em uma cadeira, já que as macas e leitos estavam todos ocupados no momento.
Algumas horas mais tarde, ao ser reavaliado, estava um pouco sonolento, porém respondia com exatidão às perguntas formuladas. Novo período de observação, ao fim do qual estava francamente sonolento respondendo mal às perguntas. Foi, então, indicada tomografia de crânio, a fim de avaliar possível trauma cerebral.
Havia muitos pacientes para fazer tomografia e, mesmo tratando-se da prioridade do trauma, foram mais vários preciosos minutos para se constatar, ao final do exame, que havia lesão cerebral difusa, não passível de tratamento cirúrgico. A mãe, durante todo esse período, desde sua chegada, permanecia quieta e apreensiva, limitando-se a observar os fatos que ocorriam.Uma vez feito o diagnóstico, foi indicada internação no CTI. Novo problema. Não havia vaga disponível mesmo se tratando de trauma em pessoa jovem.
A ansiada vaga só se disponibilizou muitas horas mais tarde e, após um período de avaliação segundo protocolo para esses casos, a mãe foi informada de que o filho não apresentava mais atividade cerebral. Sendo assim, paciente jovem, “saudável”, com trauma exclusivamente cerebral, foi indicado como potencial doador de órgãos
Então, a mãe veio me procurar com a seguinte pergunta: “Doutor, quando o meu filho chegou aqui, ele estava bem, foi deixado em observação no meio de toda aquela gente, ele foi piorando e aconteceram todas aquelas dificuldades para se conseguir o exame e depois para colocá-lo no CTI. Agora, quando me dizem que ele está ‘morto’, vem um avião de Porto Alegre com ‘cinco’ médicos para atendê-lo. Mas do que serve isto agora? Por que não fizeram isto antes, quando ele estava ‘vivo’?”.
Certas perguntas não têm resposta.O sistema de saúde tem de funcionar bem, para não parecer que o paciente vale mais morto do que vivo.
*Médico e professor universitário
Fonte:Jornal Zero Hora (07/10)
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16 comentários:
Excelente post!
Realmente nem o sistema de saúde esta totalmente preparado e nem as pessoas tem os conhecimentos necessários para ter a noção do quanto,pelo menos,um só órgão seu vale para uma vida.
Parabéns pelo post.
Bjsss...
Mariana,
Grandes e notáveis preocupações. Diz-se por aí que as duas perguntas mais repetidas por nós, humanos, são:
- De onde viemos?
- Estamos sós?
Porém lendo este seu post, acredito que a grande pergunta deveria ser:
- Estamos preparados????
Abração
Altair Ramos
Convite
Visite meu blog e obtenha informações sobre o Blog Action Day 2009, venha participar desta ação global.
Faça uma publicação em seu próprio blog, sobre as Mudanças Climáticas, no dia 15/10/2009.
Conto com você nesta interação pela sustentação climática mundial.
Felicidades
Altair Ramos
Então, sou muito critico a este sistema. Chego a colocar em dúvidas os reais conceitos da difusão da idéia de doação.
Servir a continuidade de vidas é algo que não esta claro administrativamente no mundo e principalmente nos meus receios psiquicos.
Por esta razão não tomei decisão nenhuma sobre o futuro dos meus orgãos, exceto pelo meu cerebro que doo todos os dias ao meu chefe e diga-se de passagem é uma doação mesmo hein por que mal ganho para mante-lo recebendo ar e funcionando!
Puts choradeira paremos né huahauhauhau !
Tenho orgãos muito preciosos, vou vender e caro huahauhauha !
bjoka minha querida amiga !
Luciano Braz
Excelente!
As pessoas precisam se concientizar de doar seus órgãos pois depois de mortos não precisarão mais deles e o sistema de saúde precisa melhorar... e muito!
Tem um selo no meu blog pra vc é o selo "blog muito muso!".
Beijoooooooooooooooooooos
Muito bom! Vi uma reportagem na tv. É uma confusão e mostra bem que não estamos preparados. Um "sobrinho" meu faleceu e por mais que tentassem doar, não conseguiram. Um absurdo! bjs
Ei, obrigado por me seguir.
Eu tenho visitado seu blog e sua tradução em Português, porque eu entendo muito pouco, acho muito interessante todas as informações que você nos dá, então eu também segui-lo.
Beijos de cores e você tem dias felizes
M ª José
Linda e Estimada Amiga:
Desculpe, pensei que tinha deixado aqui um comentário. Imperdoável.
Escreveu um relato pertinente e sensível sobre a doação de órgãos humanos. Tenho a certeza que têm um poder enorme na manutenção e sobrevivência de vidas preciosas doentes.
Admiro-a imenso e, sabe, porquê?
É corajosa. Tem força e pertinácia. Tem valentia e carácter.
Enfim, delicia e comove.
Fiquei maravilhado pela sua beleza ímpar.
Com o seu fascínio pessoal, social e humano.
Admiro-a de forma gigante.
Bem-Haja, por ser quem é.
Com o maior respeito e estima possíveis.
Sempre a admirá-la pelo arrojo e brio num Post sensível que adorei pela importância majestosa da solidariedade e entreajuda do nosso semelhante.
Beijinhos amigos
pena
OBRIGADO e DESCULPE.
Bem-Haja, amiga extraordinária e doce.
Vinco bem: Pensei que tinha comentado como sempre o faço a TODOS os que passam no Memórias Vivas e Reais. Desculpe.
Ano de eleição então antes de votar pense em quem se preocupaou com sua saúde, quem fez algo por nossa população, educação, enfim os políticos estão perdidos precisamos mostrar a eles a definição de ser político e para que serve este cargo.
História mais triste, e o pior é que é assim mesmo.
beijos
Querida Mariana
O relato do seu Post retrata a situação péssima que se encontra a saúde do nosso país.
Não está capacitada a atender um caso, que se atendido a tempo, teria evitado essa fatalidade. Depois, com a morte e a doação de órgãos expressada pela família, verificamos que o Brasil não está preparado nem para salvar seus doentes necessitados de transplantes. O problema não é do Rio Grande do Sul e sim do Brasil inteiro, infelizmente.
Um abraço e tudo de bom!
Hola Mariana...
Gracias por tu visita a mi "rincón"
el tema que tratas hoy es muy delicado, creo que tenemos que crear conciencia: Con un acto humanitario se puede, Dar Vida a otro semejante necesitado de ella... Un abrazo enorme, por razones de trabajo le estoy robando horas a mis descanso para estar con mis amigos, estoy muy atareado¡¡
Osvaldo
Hola amiga bloguera, en mi blog te dejo un regalo.
Un saludo.
Olá!
Voando nas asas do Anjo, entrei em teu cantinho.
Não vou sair sem dizer que gostei do que li.
Eu também sou doadora e acho que é o acto mais lindo que o ser humano pode dar.
Triste que o centro de saúde do seu pais seja tão descuidado.
Erros humanos todos os tem, agora um acidente em que o moço estava magoado seria atendido rapidamente.alias nem devia estar em uma cadeira.
Neste caso ai, dão mais importância ao cadáver do que ao vivo.
Beijos
Whispers
Gostei de seu blog, já estou seguindo.
Beijos!
Nenhum ser humano devia passar por isso. Tudo podia ser diferente se as pessoas se amassem mais, respeitassem o outro e entendessem que morte pode não ser o fim. Uma única pessoa pode salvar muitas outras, li isso no site dessa campanha que ta rolando ai, sobre a doação de órgãos: www.doevida.com.br
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