quarta-feira, junho 16, 2010

Onde fica o gol?

Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que por causa dessas incertezas perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou: “Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar”.
– Isso que você nem é muito fã do esporte – comentei.
– Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando.
Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol?
Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E, até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.
“Goal”, em inglês, significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede, ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.
Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até o meio-dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.
Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito.
Essa é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.
Fonte:ZH

20 comentários:

Unknown disse...

Olá Mariana!

Realmente o Brasil está precisando de pessoas mais ativas e determinadas... Chega de tanta moleza!!!

Beijos e até mais...

http://historiaparacriancalerouviresonhar.blogspot.com

Vida disse...

Excelente a moral da história!
Sabe o que eu penso?
Nem sempre "marcamos gols", apesar de saber que esse é o nosso objetivo "de vida" .Quantas vezes não empatamos, por uma indecisão, por uma indefinição. O importante, é que tudo faz parte do "jogo". Jogo da vida, onde tudo é sempre uma aprendizagem e tentar, errar e acertar é humano. Bjos!

seu gordo disse...

concordo com vc o foco tem que ser diário e exercitado sempre bj do gordo paz sempre p vc

ONG ALERTA disse...

Verdade Mariana, mas é mais difícil ter atitude e se satisfazem com empate, paz.
Beijo Lisette

Wanderley Elian Lima disse...

A minha vida inteira fui treinado para saber onde fica o gol, hoje estou um pouco cansado de tanta responsabilidade, e me permito jogar a bola pra fora ou simplesmente empatar.
Beijos

Eduardo Medeiros disse...

Gostei desse foco no gol. E não esqueçamos que para chegar ao gol é preciso um pouco de coletividade. E que às vezes, a bola bate na trave.

beijs

angela disse...

Bom texto. Saber pra que lado ir é fundamental.
beijos

Lidia Ferreira disse...

Acho que eu estou precisando descobrir o meu gool rsrrs adorei o texto amiga
bjs

Sueli disse...

Mariana, sensacional seu post! é para a gente pensar mesmo (todos os dias). Eu ainda completaria dizendo que não basta conseguir fazer um gol. A vida não pára por aí. É preciso sair em busca de outros gols... sempre. Beijos!

Sueli disse...

Ah, esqueci de dizer que já estou seguindo-a no Twitter, ok? Beijo!

Dino Calei disse...

brasil,brasil parabens a vcs

Caca disse...

Depois que vamos chegando aos cinquenta a gente começa a se perguntar se valeu a pena correr tanto atrás de uma sucesso que mostraram para a gente que era toda a felicidade possível. Não sei, Mariana, acho que nesse exato momento é que estou buscando um ponto de equilíbrio. Vale mesmo a pena a gente se estressar tanto por um só objetivo: o tal do sucesso pessoal? É também uma questão muito pessoal. De qualquer forma o texto é muito bom para reflexões. Abraço grande. Paz e bem.

Guará Matos disse...

E viva o Golllllllllllllll!
Bjs.

ValeriaC disse...

Adorei!!!
Excelente o texto... mostra a importância de ser objetivo, saber o que quer da vida!
Podemos errar as vezes, mas o importante é seguir sempre acreditando na direção de nossos objetivos.
Beijos pra ti amiga!
Valéria

Mauro S disse...

Oi Mariana, lindo texto postado, realmente também perdi o encanto "por esta seleção brasileira", acho que é muita panela, Pelé ia em direção ao gol, outros daquela época também, mas de un s tempos para cá, jogadoores sem criatividade - falando de futebol - ficam tocando a bola de lado para o outro como se este movimento fosse o movimento de toda uma vida, então por que não vertical, visto que futebol tem meta que é o gol, não é?
Você é Inter, eu sou Grêmio.

Beijos, Mauro

Anônimo disse...

'Ótimo texto, preciso, focado e bem direcionado a todos que querem atingir suas metas com sabedoria.
Bjs
Janeisa

Mauro S disse...

E realmente, todos nós temos que ter um objetivo na vida, mas nem todos conseguem enxergar o caminho certo.

As Tertulías disse...

Se voce gostou tanto do meu post sobre o Baryshnikov (no Blog da Angela). De uma passadinha pelas minhas "Tertúlias"... Pessoas inteligentes sao sempre mais que bem-vindas!!!!

Verena disse...

Olá Amiguinha,
Tem selinho para você no nosso Blog

Fernando disse...

Oi, Mariana.
Sumido, mas não desaparecido, venho cumprimentá-la por mais esta excelente postagem.
Costumo dizer que não sou lá muito fã de futebol, mas não perco os jogos do Brasil durante campenoatos mundiais, e confesso que não gostei da estréia da nossa seleção. Também me lembro dos tempos em que o pessoal realmente amava o esporte e suava a camisa pra fazer uma boa apresentação. Hoje, a despeito dos salários milhonários, não existe mais aquele empenho de antigamente.
Enfim, vamos ver que bicho vai dar.
Abraços e até mais.