domingo, fevereiro 06, 2011

Você, modo de usar

Negativismo, raiva, frustração, nada disso colabora com nosso metabolismo. É aí que pequenas atitudes podem fazer diferença
Quando caminho pelas ruas da cidade, ou mesmo quando circulo de carro, reparo em pequenos pontos comerciais em construção e na hora penso: tomara que seja uma livraria, tomara que seja uma papelaria, tomara que seja uma galeria de arte, tomara que seja um bistrô, tomara que seja uma floricultura. Vou acompanhando a obra com expectativa, até que um dia os tapumes são retirados e shazam: é mais uma farmácia.

O filme Amor e Outras Drogas dá uma amostra de como os laboratórios movimentam fortunas e estimulam o consumo de medicamentos de forma impulsiva e muitas vezes desnecessária. Remédio não é sorvete, não é banana, não é pãozinho. Mas o povo se acostumou a ingerir goela abaixo o que lhe sugerem, sem receita, sem critério, e a indústria farmacêutica prospera.Conversava outro dia com uma amiga endocrinologista, e falávamos justamente sobre como tantas doenças poderiam ser prevenidas através da simples mudança de hábitos.
Ninguém renega a importância de uma campanha de prevenção contra o uso do crack, mas há um número ainda maior de pessoas se viciando em gordura, evitando legumes, se entupindo de refrigerante, não dando a devida atenção aos produtos orgânicos, abusando do sal, do açúcar e das frituras. Seria igualmente progressista uma campanha que alertasse: comer errado, nem pensar.

Esse é só um exemplo de como a falta de qualidade de vida pode adoecer e até matar. A causa de óbitos geralmente é infarto, câncer, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos, mas algumas dessas doenças tendem a iniciar décadas antes, por meio de uma rotina de muito stress, ansiedade, angústia emocional e neuroses não tratadas. Negativismo, raiva, frustração, nada disso colabora com nosso metabolismo. É aí que pequenas atitudes podem fazer diferença, como praticar atividades físicas, buscar algum recurso para relaxamento (ioga, meditação, terapia, religião, massagem), cultivar amigos, dormir bastante, usar filtro solar, cuidar da postura, beber muita água, controlar o peso, não fumar, não beber em excesso, fazer check ups periódicos – e não se drogar, lógico. Os médicos têm batido nessa tecla com insistência, mas ainda há quem considere esse blablablá improdutivo ou politicamente correto demais.
Tem nada a ver com politicamente correto, e sim com inteligência. E inteligência não se vende em frascos.
Farmácias comercializam produtos de primeira necessidade. Sem elas, não teríamos acesso a medicamentos fundamentais para nossa saúde mental e física, devidamente prescritos, mas precisamos de tantas? Creio que teríamos uma sociedade bem mais saudável se a população contasse com inúmeros pontos de venda de livros, sucos, flores, livros, discos, bicicletas, livros, frutas, bolas de futebol, raquetes de frescobol, instrumentos musicais, sapatilhas, livros, livros e, claro, livros.
Martha Medeiros
Fonte:Zero Hora 06/02
Pergunta para respondermos à nós mesmo:
O QUE ESTOU FAZENDO DE BOM PARA MIM?

15 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Mariana
Sou a pessoa menos indicada para comentar esse texto. Não, eu não sou viciado em remédios, mas tenho uma alimentação que os médicos condenam. Não gosto de frutas, adoro carnes gordas, fumo, bebo, não faço exercícios físicos, esqueço de beber água, etc, etc, etc.
Como você pode ver, meu fim está próxim rsrsrsrs
Bjux

Mari Hart disse...

Tinha que ser a Martha Medeiros!

Concordo muuuito com tudo! Já fiz um post falando sobre "as doenças da moda", é muito mais fácil se entupir de remédio contro lado do que se alimentar bem, tomar um banho de cachoeira, ver amigos... no dia em que as pessoas descobrirem o que há por trás da indútria farmacêutica e que o verddeiro "remédio" é a alimentação e estilo de vida, todos serão muito mais felizes e saudáveis!

Bjão grande!

Mari Hart disse...

Tô compartilhando! =)

Eduardo Medeiros disse...

excelente texto da martha. tento seguir uma alimentação com poucas besteiras mas sem piração e faço sempre exercícios. o corpo agrade e a mente também.

abraços

Toninho disse...

Uma vida saudavel passa necessariamente pelo acesso aos produtos de qualidades isentos de agrotoxicos.Asisiti a uma demonstração publica e coletiva onde as pessoas toamvam super doses de pilulas que diziam ter uma função e na realidade eram massas de trigo com quase nada da substancia necessaria.Como pode ver ainda tem por tras de tudo a picaretagem da usura.Boa postagem para refletir.Meu abraço de paz e luz.

Nilce disse...

Oi Mariana

É impressionante mesmo o consumo de medicamentos, muitos sem a devida necessidade.
O que está me assustando também é o fato da busca de alimentos em farmácias.
Não se procura mais alimento na horta como antigamente, mas em farelos enlatados.
Martha Medeiros tem toda razão, pequenas atitudes podem fazer muita diferença.

Bjs no coração!

Nilce

Sérgio Cazu disse...

Você é uma pessoa muito consciente, e eu adoro muito isso.

Uma ótima semana para você,

Aquele abraço!

chica disse...

Genial esse texto da Martha! Faz pensar mesmo!!!Uma linda semana pra ti e tudo de bom,chica

Misturação - Ana Karla disse...

Muito inteligente e reflexivo o texto.
A pergunta que você deixou Mari, é pra ser bem pensada.
Pra começar posso dizer que estou sendo irracional na minha alimentação.
Quanto aos remédios, só uso no último caso.
Pensarrrr...e agir
Xeros

Unknown disse...

O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem ...

Abraço.

Ministério disse...

Olá, blogueiro (a),

Salvar vidas por meio da palavra. Isso é possível.

Participe da Campanha Nacional de Doação de Órgãos. Divulgue a importância do ato de doar. Para ser doador de órgãos, basta conversar com sua família e deixar clara a sua vontade. Não é preciso deixar nada por escrito, em nenhum documento.

Acesse www.doevida.com.br

e saiba mais.

Para obter material de divulgação, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br

Atenciosamente,

Ministério da Saúde
Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/minsaude

Caca disse...

Aqui em BH parece haver uma commbinação destruidora: Quase em todos os quarteirões mais movimentados há um bar, uma academia e uma famácia. As pessoas malham para desestressar, bebem para desestressar e depois tomam remédios para desestressar. E assim vamos vivendo a caminho da morte saudável, gorda e enriquecedora (da industria de fazer malucos). Abraços. Paz e bem.

Socorro Melo disse...

Olá, Mariana!

Os medicamentos trazem a sensação de alívio rápido, sem exigir esforços de nossa parte, e por isso tão frequentemente recorremos a eles.Muitas das vezes, tentamos vencer o stress, a tristeza, a ansiedade, com remédios, que concedem alívio rápido, mas, podem trazer sérias consequencias.
Penso que um verdadeira mudança de atitudes, e de comportamento, resolveriam melhor essa situação.

Texto fantástico, da Martha Medeiros.

Beijos
Socorro Melo

ValériaC disse...

As pessoas reclamam, mas não estão dispostas na maioria das vezes a abandonarem seus péssimos hábitos, nos diferentes setores de suas vidas...infelizmente...
Beijinhos amiga...doce dia
Valéria

Daniel Savio disse...

Interessante, mas com certeza, pensamos muito no agora e muito pouco no resultado dos nossos atos...

Fique com Deus, menina Mariana.
Um abraço.