Na mesma semana em que fiquei inconsolável por ter perdido (ou terem me roubado)
a carteira com todos os documentos dentro, conheci a história de uma moça que já
passou por umas chateaçõezinhas também.
Foi criada numa família machista.
Apesar de concluir a faculdade de Direito, o pai a proibia de trabalhar. Teve o
primeiro relacionamento só aos 25 anos. Casou, porém o parceiro possuía
problemas que tornavam a vida comum um inferno. Ela engravidou e deu à luz um
filho que, com um ano de idade, foi diagnosticado com uma doença rara que
causava retardo motor – talvez nunca viesse a caminhar. Ela largou tudo para
cuidar do filho, e tanto pesquisou que conseguiu descobrir um tratamento que
reverteu as piores expectativas – hoje seu filho caminha. Em meio a isso tudo, o
então ex-marido passou a viver como mendigo, dormia numa obra. Ela não teve
dúvida: o resgatou e o encaminhou a um hospital. Foi quando descobriram que ele
havia contraído o vírus HIV, e que havia o risco de ela e o filho terem o vírus
também. Depois de muitas noites sem dormir, veio o resultado. Não, mãe e filho
não haviam sido contaminados. Mas descobriu-se que o menino, agora com cinco
anos, tinha um número enorme de pólipos no intestino, o que exigia exames anuais
muito desconfortáveis para uma criança. Nisso, o pai do garoto faleceu. Nada
fácil dar a notícia.
Trégua: ela conheceu outro homem, finalmente o amor
da sua vida, com quem teve alguns anos felizes. Até que ele morreu de uma hora
para outra. Dois meses depois, ainda em luto, ela descobriu que tinha um câncer
de mama, e não estava em fase inicial: o tumor media 11 centímetros. Debilitada
emocionalmente, nem assim entregou os pontos: iniciou quimioterapia, descobriu
nódulos no outro seio, perdeu cabelo, cílios e 15 quilos, fez uma mastectomia
radical e hoje é uma mulher, segundo palavras dela mesma, que se considera feliz
e vitoriosa, pois teve a oportunidade de se tratar com uma equipe excelente e
descobriu com a doença o seu potencial para fazer diferença na vida dos outros:
atualmente é voluntária do Imama e estuda legislação do Direito Médico. Conclui
ela seu depoimento, fazendo graça: “Nada mais me abala, até medo de barata eu
perdi”.
Ninguém tem controle sobre o próprio destino, mas podemos nos
precaver, nos informar e nos fortalecer. Hoje é o Dia Nacional da Luta contra o
Câncer de Mama. Das 8h30min às 18h, no Teatro do Sesc, médicos especialistas em
mastologia, oncologia, radioterapia, reconstrução mamária e oncoplastia irão
apresentar as últimas novidades no tratamento da doença. É aberto ao público,
entrada franca. Ela deverá estar lá.
Perder algumas batalhas é natural.
Perder os documentos, banal. Perder o medo diante de graves desafios e seguir
lutando pela vida, crucial.
Marta Medeiros
Zero Hora 18/07/12
quarta-feira, julho 18, 2012
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5 comentários:
Passei pra te desejar um final de semana maravilhoso e para agradecer todas as vezes que você carinhosamente esteve visitando meu blog.
Espero que volte sempre, pois seu carinho por lá me deixa muito feliz...
Beijos
Ani
http://cristalssp.blogspot.com
Boa noite, passando para visitar, e comunicar que...
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É chegada a hora da mudança.
À partir de hoje o Luz Divina e o Eu e o tempo é um só.
Ficando a experiência, dedicação e muita aprendizagem.
Aguardo a sua presença, e se possível, ser um seguidor também do EU E O TEMPO.
Muito obrigado!
Grato;
Leandro Ruiz
http://eu-e-o-tempo.blogspot.pt/
.
Toda véspera do dia 23 eu
seleciono as pessoas que
têm a ver com a matéria que
será, por mim, postada no
Blog , Bar do Escritor.
Por isso eu te convido a
entender o porquê das pes-
soas chorarem por quem já
foi linda e hoje luta de-
sesperadamente para não
se perder da lembrança dos
que um dia a ela se rende-
ram.
Espero por ti, com flores
da serra no DIA 23 na
COLUNA do silvioafonso.
http://bardoescritor.blogspot.com
silvioafonso
.
Mariana, quando nos acontece algo, tipo perder algum documento ou nos machucarmos, achamos que é a coisa mais horrorosa de todas e quando deparamos com este escrito da Martha vemos que damos bola a coisas muito banais.
Beijos.
Ser roubado é uma das piores coisas que podem acontecer, mas um tem que manter a mente positiva e pensar que pelo menos um está bem, vivo e não aconteceu algo pior.
Eu estava indo a me fazer uma mastologia e me roubaram na porta da minha casa.
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