segunda-feira, março 07, 2011
Se não têm leite, que bebam cachaça!
Eu assistia ao jornal, quando apareceu o líder do governo na Câmara dos Deputados; e tive a impressão de que o homem dizia coisas como “mesmo que usem o Bolsa-Família para comprar cachaça, serão 11 ou 12 milhões de garrafas, o que é bom para a economia...”. Empertiguei-me no sofá e pensei: “Pronto, alucinei.” Como ando meio estressado e um tanto sugestionável pelo filme Cisne Negro, sabia que isso iria ocorrer-me cedo ou tarde, de forma que fui atrás de uma clínica na Capital para internar-me (como de costume agora).
Antes, porém, chequei a informação e constatei que não, não tinha alucinado: o deputado federal pelo PT, Cândido Vaccarezza, realmente dissera o que dissera, literalmente mandando os beneficiários do Bolsa-Família ao boteco da esquina para ajudar, à custa de seus fígados combalidos, a economia nacional. Ironia ou não, foi o que ouvi; tratando-se, na melhor das hipóteses, do primeiro caso, alguém deveria dizer ao político que ironias não ficam bem em pessoas públicas, e que houve quem perdeu cabeça por tais comentários (mesmo que apócrifos).
Imaginem agora o seguinte: o ministro da Fazenda do governo Médici, Delfim Neto, dizendo a mesma coisa numa coletiva, lá nos anos 70. Pois a coletiva nem teria terminado e um funcionário dos Correios viria, resoluto, alcançar-lhe o telegrama de demissão. Só que dessa vez a declaração não vinha de um arauto do capitalismo ferrenho. Ou vinha, não sei – e aí que está o problema. No ano em que o Partido dos Trabalhadores comemora (seria o termo adequado?) seus 31 anos, ver um de seus correligionários estimular, em nome dos “benefícios para a economia”, um vício responsável por 90% das internações psiquiátricas e por mais de 30% dos casos de violência doméstica – e que ademais queima (já que falamos de álcool) recursos anuais do SUS na ordem de milhões – nos desnorteia. O que aconteceu com a tal “ideologia”? Quem defende o que e a que custo? Existe alguma diferença real entre governo e oposição? Parece que não – e que tudo realmente se dissolvera na tal modernidade líquida de que nos fala Zygmunt Bauman. Ora, líquido por líquido, fiquemos com a cachaça.
Portanto, Sr. pai de família, para que criar caso? Vá tomar sua pinga – e não se esqueça de dar uma para o santo: serão outros milhões de oblações a aquecer o mercado espiritual, que também não anda lá essas coisas...
Alécio Nogueira *Promotor de Justiça
Fonte:Zero Hora
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18 comentários:
Poderíamos ter dormido sem essa asneira,não? INACREDITÁVEL , mas desses que andam por aí com títulos, podemos esperar de tuuuuuuuuuuudo! beijois,lindo feriado!chica
"Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." Esqueci o autor mas a validade não diminui. Abraços, Mariana. Paz e bem.
Minha querida
Passando para deixar um beijinho com carinho.
Sonhadora
Querida amiga
O que dizer?
Apenas que é preciso
que participemos
mais da vida do País,
para substituirmos
os péssimos políticos
por outros que
dignifiquem os mandatos,
independente do
partido a qual pertençam.
Que haja sempre em ti,
sonhos por sonhar.
Infelizmente, um mal que cultivamos a cada teimosia em não cobrar um governo melhor...
Fique com Deus, menina Chica.
Um abraço.
Sem comentários...
Beijo Lisette.
O que dizer de uma boçalidade dessas? Realmente, o poder corrompe e distancia as pessoas do bom senso. Na época do mensalão, assistimos, em rede nacional, uma determinada senadora dançar comemorando a absolvição de mais um mensaleiro safado. Há muito a vergonha na cara deixou de ser requisito básico para ser político.Bjs Mariana.
Nessas horas é melhor silenciar...
Estimada e Preciosa Amiga:
"...Eu assistia ao jornal, quando apareceu o líder do governo na Câmara dos Deputados; e tive a impressão de que o homem dizia coisas como “mesmo que usem o Bolsa-Família para comprar cachaça, serão 11 ou 12 milhões de garrafas, o que é bom para a economia...”
É uma aanedota, não é?rsrs
Não posso acreditar?
Então manda-os beber cachaça, é?
Olhe, nem sei que dizer, asseguro-lhe?
Impensável num Senhor com um alto cargo no vosso governo.
Realmente...
Olhe, admiro-a imenso, sempre lutou por situações inconvenientes e a despropósitas do foro político.
Mas, esta?
Abraço amigo de respeito profundo por si que fascina no que concebe.
Com estima pela sua magia ímpar.
Sempre a admirá-la
pena
Bem-Haja, preciosa amiga.
É uma Enorme MULHER ou PRINCESINHA, como o desejar?
Hoje, é o Dia Internacional Das Mulhres, sabia?
Para si, pérola preciosa de ouro puro, todo o meu encanto e fascínio pela sua postura na vida de todos nós.
Parabéns.
Ser mulher é ser especial,
amiga
Quero abraça-la,e agradecer o carinho e a amizade,neste dia tão especial,seja feliz!
Boas energias,paz,saúde,e luz,
beijos poéticos
Mari
Passo e deixo um grande beijo neste seu dia.
Oi, Mariana, voltei para deixar um abraço especial neste dia . Você faz parte daquele time de mulheres que faz a gente poder ver que o mundo é melhor do que se nos apresenta. Muita paz e bem.
Mariana...este Cara provavelmente estava BEBADO quando disse esta ASNEIRA...SIM ASNEIRA, POIS ISTO SO PODE TER VINDO DE 1 ASNO...serve mais para puxar carroça q para Deputado.- jader martins.-
Oi minha linda!! Estava meio sumido, mas hoje ao ver que Minas Gerais bateu o triste record de acidentes e mortes nas estradas em decorrer do carnaval, lembrei de você e resolvi dizer um oi, tá? Um super beijo minha linda
Que loucura!!! Os asnos estão mesmo na moda!?
(Aplausos)
Minha querida que texto fantastico ,eu não vi essa reportagem ,mas voce falou tudo
bjs
Olá,
O vinho e outras bebidas alcoólicas, desde que tomadas com moderação, podem ser um complemento , mas, nunca um sucedâneo do pão, leite e outros alimentos.
O politico esteve mal!
Antes, tomar o vinho da vida!
Uma declaração absurda e infeliz, não se tenha dúvidas.
Eu, pessoalmente, sou contra a manutenção de bolsas-família e auxílios do gênero. Nosso povo anda muito mal acostumado a políticas pseudopaternalistas, de governos de direita e de esquerda, ao ponto de ninguém pensar, por assim dizer, em “como vou resolver a minha vida”, e sim em “o que o governo vai fazer por nós”.
Beijo!
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